"Não nos assusta morremos pela Pátria mas sim sermos enterrados com ela." (Cunha Leal)


quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Helder Amaral

Debateu-se, no Parlamento, uma petição que defendia o fim do monopólio dos partidos políticos nas legislativas e abertura dessas mesmas eleições a candidaturas de independentes. Tal petição nasceu por iniciativa do MIRE - Movimento Independente para a Representatividade Eleitoral, que recolheu mais de seis mil assinaturas, o que obrigou a que tal matéria fosse debatida na Assembleia da República.
 
Anteriormente, quer Pacheco Pereira quer Manuel  Alegre já  tinham defendido publicamente estas candidaturas livres dos espartilhos partidários. Quando questionado sobre este facto (candidaturas independentes) e sobre a defesa das mesmas que estas duas figuras públicas fizeram, o deputado Hélder Amaral, que é o Vice-Presidente da bancada centrista, recusando liminarmente a existência de candidaturas independentes referiu-se àqueles dois defensores das mesmas como: "São dois desempregados da política, que estão zangados com a política e com os políticos." Foi extremamente infeliz e revelou baixeza de carácter. Podia perfeitamente tê-los criticado nas suas opções pelas candidaturas independentes, sem ter caído na linguagem estivadoresca. 
 
 
De Manuel Alegre e Pacheco Pereira eu, cidadão anónimo, conheço os seus percursos  políticos e culturais e respeito-os. Apesar de não ter concordado com diversos pensamentos e procedimentos políticos, quer dum quer doutro, em determinadas fases das suas vidas, respeito-os pois reconheço neles cidadãos activos que pensam pelas suas próprias cabeças e não receiam de exprimir os seus pontos de vista, sem se sujeitarem a obediências partidárias (PS um e PSD outro). Demonstraram-no em diversas ocasiões.
 
Já de Hélder Amaral não conheço nenhum acto de cidadania, para além da sua actividade política e, mesmo esta, em estrita obediência aos ditames do seu Partido. E isso é muito, mas mesmo muito pouco, para vir de peito feito atacar dois livres pensadores das nossas ágoras que têm obra de peso publicada, para além dum passado de luta pela Liberdade. Quando as suas consciências entraram em rota de colisão com os interesses partidários, eles ousaram na defesa dos seus próprios princípios. Não temeram a Ditadura, não se calaram na Liberdade.
 
Isto não reconheço em Helder Amaral, que, irrevogavelmente, é um defensor do maior malabarista político que o nosso sistema democrático já pariu. Precisamente o Presidente do seu partido. Estão bem um para o outro.

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